A História da Guitarra Sollus Raf Jr.
Por: Álvaro Silva (ahfsilva@gmail.com)
Sou apaixonado pelas guitarras Gibson Les Paul Junior. Além de apreciar o trabalho de alguns guitarristas que usam ou já usaram esse modelo, outro ponto que sempre me cativou foi a simplicidade da guitarra: apenas um captador P90 na ponte, um controle de tonalidade, outro de volume e ponte no estilo wraparound.
Em maio deste ano resolvi
realizar meu sonho “guitarrístico” de ter uma Gibson Les Paul Junior. Entretanto,
com a alta do dólar e os preços pouco convidativos, esse sonho ficou distante de meu modesto orçamento.
Guitarra fabricada por luthier
estava fora de questão, pois nesta mesma época eu havia acabado de passar por
uma experiência nada agradável com um “profissional” da área que me enrolou
bastante e me entregou uma guitarra com algumas imperfeições. Estava decidido a
nunca mais comprar guitarra feita por luthier.
Certo dia, conversando com um
amigo guitarrista, ele me contou que havia experimentado há poucos dias uma
guitarra feita por um luthier daqui de Belo Horizonte/MG e que a guitarra
era fantástica. Tratava-se de uma Telecaster totalmente custom da marca Sollus, feita pelo luthier Otton Arruda Neto.
Entrei em contato com o Otton,
e como a oficina dele não fica muito longe da minha casa, resolvi dar um pulo
lá. Conheci a oficina, algumas guitarras já prontas e outros projetos que ele
tinha em andamento - em especial uma guitarra no estilo Les Paul (com o design
repaginado por ele) batizada de Sollus Raf. Fiquei convencido de que poderia sair alguma
coisa legal, conversamos um pouco e resolvi encomendar uma Raf baseada na Les
Paul Junior.
Sobre as características da
guitarra, acertamos o corpo em mogno, braço em mogno, escala em jacarandá, raio
de 12, pintura preta com poros abertos e trastes médios. O hardware e a parte elétrica eu mesmo
escolhi dias após. Optei por um captador Malagoli Custom P90, ponte Wilkinson Wraparound
GTB, tarraxas Wilkinson WJ44 Deluxe, potenciômetros A e B de 500k da Gotoh,
capacitor Orange Drop 0.22 e encordoamento DR Pure Blues (níquel puro).
A guitarra ficou pronta em
aproximadamente um mês e meio. Fiquei muito
satisfeito com o resultado. O acabamento ficou primoroso e a tocabilidade
excelente. O Otton não deixou passar batido nenhum detalhe. Enfim, um
instrumento impecável.
Destaco também o captador Custom
P90 feito pela Malagoli, trata-se de um produto muito bem construído, com preço
justo e timbre bem legal. É uma excelente alternativa aos captadores
estrangeiros, que chegam aqui com preços estratosféricos. A relação custo-benefício é imbatível.
Valeu a pena? Sim. Gostei
tanto do resultado que já tenho em mente um novos projetos a serem executados pelo Otton.
Na minha opinião, Otton de Arruda é o melhor luthier de Belo Horioznte!
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