Entrevista: luthier Pablo Smiljanic (Sj Guitar Bass)

maio 18, 2020

Conheça o trabalho do luthier Pablo Smiljanic, responsável pelas guitarras e contrabaixos custom shop produzidos pela Sj Guitar Bass.

Pablo Smiljanic é luthier e responsável pela criação e construção das guitarras e contrabaixos da Sj Guitar Bass, empresa goiana referência no segmento custom shop e de manutenção em instrumentos musicais de cordas.

Músicos de expressão de diversos estilos musicais como PJ (Jota Quest), Ximba Uchyama, Gusttavo Lima, Ricardinho Paraíso, Fernando Zor (Fernando & Sorocaba), dentre outros utilizam instrumentos assinados pela marca.

Ao longo da entrevista, ele nos contou sobre os diferenciais dos instrumentos que fabrica, a utilização de madeiras nacionais, a receptividade do público com relação aos modelos originais que fabrica e muito mais.

Por Álvaro Silva (ahfsilva@gmail.com)

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Sj Divad ST.

Quando você começou na luthieria?

Pablo Smiljanic: Comecei em 1985.

Quais são os diferenciais das guitarras Sj Guitar Bass?

Pablo Smiljanic: Utilizo madeiras envelhecidas - secas ao tempo. Além disso, todas as etapas da construção são feitas por mim.

Sj Sesiom 06.

Além da construção de guitarras e contrabaixos, quais outros serviços você oferece ao público?

Pablo Smiljanic: Também ofereço serviços de manutenção, customização e regulagens em violão, guitarra e baixo. Por exemplo: troca de trastes, pintura, instalação de captadores e de pré-amplificadores em baixos etc.

Sj Telecaster Vintage Plus.

Muitas pessoas ainda torcem o nariz para instrumentos fabricados com madeiras nacionais. O que você acha disso? Quais delas mais você destacaria/gosta de usar e por quê?

Pablo Smiljanic: Eu costumo utilizar madeiras nacionais e importadas. Gosto de usar maple para o braço, pois é uma madeira estável, com boa sonoridade e boa estética. Com relação às nacionais, uso muito cedro, pau-ferro e imbuia. As madeiras nacionais já sofreram mais preconceito, porém hoje em dia, são muito valorizadas – inclusive os gringos as admiram e utilizam. Lá fora, paga-se caro por instrumentos fabricados com as chamadas “brazilian woods”.

Você é um profissional que investe no trabalho autoral e não fica preso às réplicas. Quais são as maiores dificuldades no desenvolvimento de novos produtos? O público é aberto a novidades?

Pablo Smiljanic: Em relação ao meu trabalho, percebo uma receptividade do público, muito disso se deve a confiança e expressividade que a Sj alcançou. Tento imprimir o máximo de bom gosto e enxergar com o olhar clínico em tudo que faço. Os instrumentos que fabrico carregam minha identidade artística, além disso, me inspiro muito nas necessidades de nossos clientes. Como gosto de criar, confesso que às vezes tenho que me conter para não perder o foco, afinal de contas a arte é minha, mas eu não serei o consumidor dela, sou apenas o criador.

Dentre os modelos que você fabrica você tem algum favorito?

Pablo Smiljanic: Gosto muito do baixo modelo Ágape.

Xodó: baixo Sj Ágape.

Planeja alguma novidade para este ano?

Pablo Smiljanic: Por enquanto, quase todos os projetos estão em stand-by, salvo os captadores humbucker que vou começar a fabricar. As peças estão vindo dos Estados Unidos e mesmo com a alta do dólar não quis paralisar esse projeto. Também voltei a produzir o modelo Les Paul, que era um projeto antigo. Já estou terminando as três primeiras.

Capricho nos mínimos detalhes.

Considerações finais:

Pablo Smiljanic: Comecei a luthieria em uma época em que não existia internet e as dificuldades foram diversas, mas uma coisa eu sempre tive e tenho: coragem e determinação. A palavra “desista” não existe em meu vocabulário, nunca olho para o problema, prefiro focar na solução. Sou grato a todos que fizeram e fazem parte da minha história, sou grato a Deus por cada dia acrescentado a minha breve existência. Que o nome dele seja louvado através da minha vida! Agradeço a vocês pela oportunidade de contar um pouco de minha história.