Bate-papo com Erico Malagoli (Malagoli Captadores)

Olá, pessoal!

     O convidado da seção Bate-Papo desta semana é o Erico Malagoli, responsável pela comercialização dos captadores Malagoli – empresa já tradicional na fabricação de captadores para instrumentos de corda.  Além de contar um pouquinho sobre a produção e as novidades da Malagoli, Erico vai explicar como determinados componentes dos captadores podem interferir no resultado final da sonoridade da guitarra.

        Ao Erico, os sinceros agradecimentos do Guitarras Made In BraSil pela participação. 

        Boa leitura, pessoal!

               

Malagoli Fat Boy

Guitarras Made In BraSil (GMB): Como são fabricados os captadores Malagoli?

Erico Malagoli (EM): Nossa produção é 100% artesanal, com bobinamento manual. A matéria-prima é 100% importada e vem exatamente dos mesmos fornecedores da Gibson, Seymour Duncan e Fender.

                Por conta disso, damos garantia eterna para os nossos modelos Custom Shop. 

(GMB): Além da linha tradicional da Malagoli, os clientes podem solicitar a confecção de captadores com componentes específicos?

(EM): Sim, com certeza. Já temos inclusive um espaço para isso em nosso site. Na seção Pickup Lab, o cliente pode escolher desde o tipo de ímã utilizado ao tipo de fio que será enrolado no captador.

(GMB): Levando-se em conta sua experiência de mercado, existe preconceito com o produto nacional ou a aceitação é boa?

(EM): No passado o preconceito era maior. Hoje a grande maioria das pessoas já entendeu que o importante é como o produto é fabricado e qual a matéria-prima utilizada.

(GMB): Algumas pessoas torcem o nariz para captadores com ímãs cerâmicos. É correto dizer que eles são piores do que os captadores feitos com alnico?

Humbucker Dual Blade

(EM): Depende.  Existem ímãs cerâmicos de baixo custo, estes realmente são inferiores. Já os bons ímãs cerâmicos simplesmente possuem um timbre diferente dos alnicos. Neste caso, a escolha é pessoal. 

(GMB): Verdade ou mito: os captadores vintage são melhores que do que os captadores atuais fabricados com tecnologia e componentes de ponta?

(EM): Melhores não. Eles são referência para determinados timbres considerados clássicos. Cada um tem sua sonoridade, vai de acordo com o gosto de cada um.

(GMB): Atualmente existe uma moda em torno dos captadores que replicam os vintage. Você acha que essa onda prejudica de alguma forma os avanços tecnológicos dos captadores?

(EM): Não acho. Em nossa empresa, por exemplo, existem muitos projetos e muita pesquisa acontecendo neste momento visando o desenvolvimento de novos produtos. Embora exista uma procura por captadores vintage, tem muita gente interessada em produtos novos.  

(GMB): Existem no mercado, captadores humbucker e single coil com capa e sem capa. É verdade que a capa interfere na sonoridade do captador?

(EM): Sim. Geralmente perde-se um pouco do brilho e até do ganho do captador, mas depende muito do tipo de capa e material.

  

Captadores Malagoli Single Coil

(GMB): Que tipo de material pode ser utilizado para atenuar essas perdas?

(EM): As capas feitas em alpaca. Inclusive esse material é utilizado pela Gibson e pela Malagoli.

(GMB): Qual a vida útil do magnetismo de um captador? Existe um prazo de validade? Como podemos perceber que ele está perdendo a força magnética?

(EM): Vai muito do cuidado que se tem com os captadores. Captadores em alnico naturalmente perdem um pouco de seu magnetismo com o tempo, mas isso pode ser acelerado caso os captadores fiquem perto de outras fontes magnéticas.

                Você pode perceber que esta perdendo a carga magnética se o captador perder volume e brilho.

(GMB): É possível recuperar, com resultado satisfatório, captadores desmagnetizados ou o ideal é trocá-los por novos?

(EM): É possível. Em casos de alnico, por exemplo, é só magnetizar novamente o captador que ele volta ao normal.

(GMB): De que maneira a espessura e o número de voltas dados com o fio de cobre  ao redor do captador influenciam no timbre do instrumento? Qual é a diferença entre os fios Polysol, Formvar e Plain Enamel?

(EM): Primeiramente, é preciso ter em mente que a bitola do fio e a quantidade de voltas estão diretamente ligadas ao timbre e à saída do captador. O ponto chave nesse aspecto é a maneira como é feita a interação de todas as variáveis e componentes físicos do projeto do captador.

Captadores para Telecaster

Em termos gerais, um captador construído com alta resistência ôhmica proporcionará um timbre mais fechado e com um pouco mais de força, já um captador com fios de bitola maior, penderá para um som mais encorpado.  

Tradicionalmente utilizamos fios das seguintes medidas AWG: 42,43 e 44; sendo importante frisar, que quanto maior o número, menor a espessura. Posso lhe dar os seguintes exemplos: captadores com características vintage são bobinados com fio 42 e 43, os captadores de alta resistência, por sua vez, são bobinados com fios 44, 45, e em alguns casos com 46.

Os fios também são muito importantes e também influenciam diretamente na timbragem. Como você bem citou, temos os fios Polysol, Formvar e Plain Enamel, que são os tradicionalmente empregados na construção de captadores. O fio de Polysol recebe várias camadas de poliuretano, propicia um timbre mais aberto e é utilizado geralmente nos captadores mais modernos. O Formvar, também proporciona um timbre mais brilhante e era utilizado pela Fender nos anos 50. Já o Plain Enamel, é um fio de cor marrom e de timbre mais fechado que os anteriores e era utilizado pelo Gibson e Fender na década de 60.

(GMB): Alguma novidade bacana da Malagoli para o segundo semestre de 2015?

(EM): Este mês apresentamos uma parceria bem legal com as revistas GuitarPlayer e BassPlayer.

Tem muita novidade por vir, por exemplo: captadores ativos, stacks e outros modelos. Mas ainda sem data de lançamento prevista.

Erico Malagoli e equipe

CONTATOS MALAGOLI CAPTADORES

Site: http://www.malagoli.com.br

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