Bate-papo com Eduardo Dias (Fullertone Pickups)
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Humbuker PAF Fullertone Pickups |
No mercado
musical o significado empregado não é diferente. A palavra vintage
faz referência a uma época passada, marcada pelo pioneirismo e pela qualidade
dos instrumentos fabricados, sendo por isso considerada uma época clássica. No
caso específico das guitarras elétricas, a era dourada ocorreu em meados dos
anos 50 e 60, período muito profícuo para as pioneiras empresas americanas
Fender e Gibson.
Surfando
nessa onda dos produtos vintage, hoje
vamos bater um papo com o Eduardo Dias, proprietário da Fullertone Pickups,
empresa dedicada à fabricação de captadores para baixo e guitarra inspirados
naqueles que compunham as clássicas guitarras Fender e Gibson da década de 50 e
60; produtos que até hoje são referência para músicos que buscam qualidade
sonora.
Guitarras Made In BraSil (GMB):Como surgiu a ideia de reproduzir aqueles captadores clássicos,
utilizados nas primeiras guitarras elétricas - os chamados captadores vintage?
Eduardo Dias (ED): A ideia
surgiu porque um músico e colecionador de São Paulo, chamado Marcus Rampazzo,
me relatou que os captadores antigos tinham um timbre que não se encontra nos
atuais e também porque o custo dos importados são muito elevados e não traziam
o timbre prometido.
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Texas Flood 1959 Vintage |
(ED): A procura tem aumentado sim.
(GMB): Quais os modelos mais procurados?
(ED): Os modelos
mais procurados são os de Fender Telecaster do período 1950 a 1969; os de
Fender Stratocaster de 1954 a 1969; e os Gibson PAF’s de 1957 a 1962.
(GMB): A que você atribui o fato de nos dias de hoje, mesmo com uma tecnologia
mais desenvolvida disponível para a fabricação de captadores, a procura pelos
modelos vintage? Eles são realmente
melhores que os modelos que utilizam tecnologia mais moderna no processo de
fabricação?
(ED): A procura
pelos captadores vintage se dá por
alguns motivos: a necessidade de encontrar o timbre dos caras que escutamos e
são referências sonoras, isso aliado ao custo menor de fabricação, viabilizando
instalá-los em instrumentos mais baratos, obtendo assim um custo benefício
legal.
(GMB): Qual é a característica mais marcante dos captadores vintage?
(ED): A característica
mais marcante é a simplicidade construtiva com uso de elementos econômicos
resultando em um timbre único.
Para ser vintage tem que utilizar elementos mais próximos
aos antigos e serem fabricados no modo manual e em equipamentos imprecisos
utilizando de componentes de rústica elaboração.
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Fender Telecaster 1952 Neck |
(ED): Os pickups (captadores) vintage foram dinamizados apos a Segunda
Guerra Mundial. Aproveitando elementos construtivos simples, os mais baratos da
época e pelo uso de materiais de reaproveitamento de baixa tecnologia, aliados a
um processo de elaboração rudimentar e manual.
Os pickups (captadores) atuais têm seus
componentes mais elaborados com rígido controle de processo e qualidade, eles usam
o melhor aço, o melhor cobre, o imã tem sempre a mesma composição e são
fabricados por bobinadeiras CNC (Controle Numérico Computadorizado). Enfim, são
perfeitos no conceito industrial. Porém, isso não conseguiu garantir um timbre
superior aos antigos modelos vintage,
ou seja, a receita está na fabricação manual, no uso de processos de fabricação
sem controle acentuado e uso de materiais baratos e de reaproveitamento
intenso.
(GMB): Quais são os prós e os contras dos modelos vintage comparados com um modelo de proposta mais moderna?
(ED): Os principais
problemas dos vintage são: ruído e a microfonia.
Os pickups (captadores) modernos vêm
tentando resolver esses problemas, mas perdem feio no timbre e em definição das
notas.
A principal vantagem é o timbre. Os problemas
apresentados pelos modelos vintage podem
ser administrados pela blindagem, aterramento e parafinamento adequado.
(GMB): É difícil conseguir matéria-prima?
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Sistema de bobinamento manual |
Com relação
aos materiais é possível atingir um nível de similaridade de 95%. Porém, o
simples uso destes elementos não garante um timbre vintage. Por exemplo, nos
modelos single coil, o processo de fabricação
manual com a dispersão do fio, aliado a um parafinamento adequado, representa nesses
modelos a garantia que resulta em um pickup
(captador) excelente. Por outro lado, nos modelos PAF, a grande característica está no uso de bobinamentos mecanizados
ou automáticos realizados por equipamentos imprecisos.
Contatos Fullertone Pickups:
- https://m.facebook.com/edu.fullertonepickups?ref=bookmark
- Fone: (11) 9 8343-0608
- https://www.youtube.com/user/fullertonepickups/videos
Contatos Fullertone Pickups:
- https://m.facebook.com/edu.fullertonepickups?ref=bookmark
- Fone: (11) 9 8343-0608
- https://www.youtube.com/user/fullertonepickups/videos
Tive ótimos relatos dos captadores do Eduardo. Pedi a cotação de um PAF59 para uma Les Paul Vintage e ele foi muito atencioso, com informações detalhadas de cada um e preços bastante acessíveis. Recomendo.
ResponderExcluirTenho interesse de mudar a captação da minha guitarra condor modelo CLP. Teria uma sugestão de captação ?
ResponderExcluirMuito bom esse relato dos captadores vintage.
Boa tarde, Davi! A escolha da captação é uma coisa muito pessoal. Depende muito do gosto pessoal do guitarrista.
ResponderExcluirUma dica que eu posso te dar é a seguinte: observe as guitarras que seus guitarristas preferidos utilizam e pesquise sobre a captação que eles usam.
Sobre produtos nacionais, temos fabricantes que oferecem uma variedade muito boa de produtos. Exemplos: Fullertone Pickups, Malagoli e Sergio Rosar.